A Globo estreia na terça-feira (8) a série especial O Século do Globo, que celebra os 100 anos do jornal O Globo. Dividida em quatro episódios de 45 minutos, a produção mistura dramaturgia e documentário para resgatar a trajetória do periódico e sua relação com a história do Brasil. Os episódios serão exibidos depois de Vale Tudo e estarão disponíveis no Globoplay.
Criado por Pedro Bial, o projeto reúne quase 50 entrevistas inéditas, gravadas em cenários que reconstituem as redações do jornal nas décadas de 1920, 1950 e 1980. “A história de 100 anos do Globo é a história dos 100 anos de história do Brasil. É uma história que nos dá oportunidade de refletir sobre o país, sobre a nossa profissão, o nosso ofício, sobre a empresa em que a gente trabalha e sobre o que nos motiva e nos move adiante”, afirmou o jornalista.
O elenco da parte ficcional inclui Tony Ramos e Eduardo Sterblitch como Roberto Marinho em fases distintas. Bruno Mazzeo interpreta Nelson Rodrigues e Marcelo Airoldi vive Evandro Carlos de Andrade. Rodrigo Simas, Ravel Andrade, João Vitor Silva e Livia Silva também participam.
Segundo o diretor Gian Carlo Bellotti, o realismo das cenas foi potencializado pelo uso de tecnologia, cenografia e inteligência artificial. “Esse processo de imersão foi fundamental para ativar as memórias e emoções que surgiram nos depoimentos de profissionais que dedicaram 20 ou 30 anos ao jornal”, afirmou.
Além dos filhos de Roberto Marinho — João Roberto, José Roberto e Roberto Irineu —, a série traz falas de nomes como Ali Kamel, Flávia Oliveira, Pedro Doria, Leonêncio Nossa e do funcionário mais antigo do jornal, Marcelo Monteiro. Pedro Bial revela que alguns se emocionaram ao ver as redações recriadas.
“É muito bom, dá muito sentido ao progresso, quando a gente pode usar a tecnologia para fins não apenas de exibicionismo, de ‘olha o que a gente pode fazer’, mas no ponto de vista humano, de ‘onde a gente pode chegar’, usando os recursos da técnica e da tecnologia”, explicou.
Fundado por Irineu Marinho em 1925, o jornal nasceu com a proposta de fazer uma imprensa moderna e independente. Após a morte precoce do fundador, seu filho Roberto Marinho assumiu a missão e consolidou o jornal como líder do setor. “O jornal, que começou como um pequeno vespertino, se tornou o maior império de comunicação da história do Brasil”, declarou Pedro Bial. “É uma história, sim, de ousadia, mas uma ousadia permeada de esperança. É uma ambição permeada de humildade diante da realidade”, disse.
